Opiniões e Constatações

Como sou do tipo “papo reto”, me senti na obrigação de respirar fundo, contar até 10 e vir (mais uma vez) publicamente para desatar alguns nós…resolver falhas de comunicação e jogar um balde de água fria em certas polêmicas.

Eu fico me perguntando por que é tão difícil querer, e fazer, algo de bom nesse mundo?! As pessoas estão acostumadas a serem tão maltratadas, que até bom dia soa como ofensa. Se você não faz nada, é um acomodado. Se faz, é um interesseiro. Pois bem, prefiro fazer e ser interesseira, e sabe qual é o meu interesse? Ver crianças falando, pensando, comendo e respirando cultura, na esperança de que um dia esse país será melhor.

Venho assumindo compromissos e dando a minha cara a bater por essa paixão louca e desenfreada pela arte/cultura. Assim como muitos de meus amigos presentes hoje no Coletivo Cultura Jundiaí, eu me entreguei a esse amor e de forma altruísta. Por que se amar não custa nada, por que eu ei de cobrar?

Pois bem, quem me conhece sabe que sou muito flexível para conversas e aceito correções quando estou errada, como diz o ditado “é errando que se aprende”. Se tem uma coisa que me deixa completamente “emputecida” são fofocas, mentiras e briguinhas medíocres. Admito todos os meus erros e pago por eles, mas não permito injustiças, não assumo a culpa por coisas que não fiz e não aceito que coloquem palavras em minha boca.

Tenho aprendido a me calar e não gastar energia com polêmicas e briguinhas de Facebook, mas quando se trata de injustiças não tem jeito, meu coração dispara e quer sair pela boca. Por isso, e só por isso, decidi responder diretamente e de forma detalhada a alguns boatos que estão rolando na rede.

Segue na íntegra a declaração da senhora Lis Michele, esposa de Jô Martin, e em negrito minha resposta (E não do Coletivo Cultura Jundiaí):

LIS: “Chegou aos meus ouvidos, em tom de fofoca, que aconteceu uma outra reunião de alguns membros do Coletivo Cultura, o Tércio e o Durval Orlato. Não sei se a fofoca é verdadeira, mas como o que chegou até mim nos atinge, devo esclarecer a real situação e espero que minha resposta chegue a quem nos citou, tenha ou não acontecido a tal reunião.”

CÍNTIA: Não Lis Michele, o Coletivo Cultura Jundiaí NÃO se reuniu com o Tércio e nem com o Durval Orlato em outro dia além daquele que você esteve presente. Se fosse de nosso interesse fazer isso, não teríamos chamado ninguém para o encontro do dia 19 de agosto, simples assim. TODOS os encontros do Coletivo são marcados através do grupo  Coletivo Cultura Jundiaí e divulgados publicamente no Facebook. E como pode ver, seu protesto chegou onde deveria chegar.

LIS: “Me foi dito que as academias querem tirar o Ballet Teatro Oficina do Centro das Artes de qualquer jeito pois nós não damos bolsas de estudos coisa nenhuma.”

CÍNTIA: Não sei o que as academias querem, mas seguindo a lógica, fico me perguntando por que o Coletivo Cultura Jundiaí marcaria uma reunião para discutir interesses das academias? Lembrando que o Coletivo também é feito de jornalistas, fotógrafos, músicos, artistas plásticos, consumidores de artes e NÃO (só) de acadêmicos. O Cultura Jundiaí nasceu para UNIR os artistas da cidade e lutar por políticas públicas culturais, e como dissemos no encontro em que você estava presente, já começamos com a Carta de Propostas assinada pelo Pedro Bigardi.

Agora vamos falar do Ballet Teatro Oficina do Centro das Artes. Eu ainda não conheço de perto esse trabalho, mas pretendo. Durante as eleições, enquanto discutíamos cultura e fazíamos nossos debates, muuuuuuuuuuitas pessoas protestaram (via Facebook) contra o Centro das Artes (um espaço público) ser utilizado por uma empresa privada. Entenda, nunca ouvi ninguém falar contra o trabalho de vocês, mas sim, contra o fato de usarem um espaço público de forma irregular.

A importância do trabalho Ballet Teatro Oficina do Centro das Artes é inegável, e esse mérito ninguém tira. A cidade só tem a agradecer por tantas vidas que vocês transformaram, porque trabalhar com arte é assim, transformar vidas. Mas serei obrigada a abrir mão por um momento de minhas emoções, e ser um pouco racional… levando em consideração que o Ballet Teatro Oficina do Centro das Artes utiliza um espaço público, na minha humilde e sincera opinião, conceder essas bolsas a sociedade não é um simples gesto altruísta, mas sim uma obrigação.

Então vamos a diante…

LIS: “Como resposta devo dizer que em 1988 vencemos uma concorrência pública para ocupar o espaço em troca de 75 bolsas de estudos concedidas a jovens de baixa renda. Esse contrato é automaticamente renovado a cada cinco anos e enviamos todos os meses para a Casa da Cultura um relatório de frequência e aproveitamento dos bolsistas, que no final do ano fazem uma prova. Os reprovados perdem a bolsa, sendo aberta nova inscrição para preencher as vagas que sobram. Quem abre a inscrição é a Cultura, procede a análise financeira do candidato e depois envia os aprovados para teste de aptidão.

Acontece que desde o ano de 2008 a Sra. Penha Camunhas, por motivos pessoais, não abre inscrições para novos bolsistas. Sim essa mesma senhora que alguns de vocês estão fazendo lobby pra manter na Cultura vem há alguns anos tentando impedir a continuidade de um projeto social que não só forma bailarinos, mas tira jovens das ruas e os traz para o mundo das artes e da cultura. Independente disso, continuamos por nossa conta concedendo bolsas a jovens talentosos que chegam pedindo nossa ajuda.”

CÍNTIA: Eu e o amigo Ede Galileu, nos sentindo na obrigação de acompanhar mais de perto as ações culturais da cidade, visitamos a última reunião do Conselho Municipal de Cultura, que aconteceu dia 12 de novembro. Lembrando que os Conselhos Municipais, seja de qual temática for, é um espaço de participação popular, criado pelo povo e para o povo. O único meio oficial que o cidadão tem para ser ouvido.

Na reunião do dia 12, a secretaria de cultura Penha Camunhas esteve presente para informar o planejamento orçamentário de 2013, agradecer e se despedir dos conselheiros. O Conselho, que só ficou sabendo sobre a polêmica do Ballet Teatro Oficina do Centro das Artes via Facebook, questionou a secretaria a respeito do histórico. Importante ressaltar que o Conselho de Cultura pareceu desconhecer completamente qual era o andamento do processo, e por isso, Penha Camunhas contou resumidamente o que aconteceu.

De acordo com a secretaria, ao assumir em 2007, foi constatado que a última renovação do contrato havia sido feita em 1993. Por se tratar de um espaço público, que teoricamente deveria ser ocupado através de uma licitação, o caso foi encaminhado para o jurídico da prefeitura e desde então empurrado de um setor para o outro sem que se resolva. Penha disse que foi exatamente por isso que não abriu mais as inscrições, o que de certa forma é justo.

Fico me perguntando por que isso não foi resolvido até agora??? E como se trata de uma dúvida de todos, o Conselho de Cultura montou uma comissão, que a partir de agora vai acompanhar esse processo e manter todos a par da situação. Se é verdade o que a secretaria disse eu não sei (só coloco minha mão no fogo pela minha mãe e olha lá!), mas vamos descobrir agora nos informando sobre o processo.

Agora, caso o Ballet Teatro Oficina do Centro das Artes venha a ser retirado do local em que esta, a importante missão detirar jovens das ruas e os levar para o mundo das artes e da cultura” só vai ter fim se: o ideal de vocês ficar preso naquelas paredes. E isso não depende da prefeitura.  Quantos pontos culturais nascem do zero? O Ateliê Casarão é um ótimo exemplo disso, e mesmo assim ele só não consegue ajudar mais jovens porque não recebe nenhum tipo de apoio da prefeitura. Sendo assim, o espaço precisa cobrar um valor simbólico pelas oficinas para continuar existindo, ou alguém acha que abrir mão da própria vida e lutar para pagar um aluguel acima de 1 mil reais é coisa fácil???? (ai vai meu agradecimento aos 3 jovens que estão cuidado do espaço com maestria!) 

LIS: “Me foi dito também que foi feita uma lista de nomes que vocês não querem na Cultura. Imaginar que o grupo terá alguma influência nessa escolha é não ter conhecimento nenhum do funcionamento político de uma cidade. O Pedro já tem os nomes que ele quer, e posso garantir pra vocês que nem a família dele sabe quem são.

CÍNTIA: Não Lis Michele, o Coletivo não fez nenhuma lista. Exatamente para evitar qualquer tipo de polêmica, e por conseqüência a desunião do grupo, não vamos indicar nenhum nome. Até porque não há nenhum ignorante no Coletivo, a ponto de imaginar que algum de nós tem o poder intervir nessa decisão.

O que vamos fazer é uma Carta de Princípios, onde falaremos sobre qual é o nosso “tipo ideal de secretario (a) de cultura”. Tal carta foi sugerida pelo assessor do Pedro Bigardi, o jornalista Edgar Borges, e será construída através da enquete feita no grupo Coletivo Cultura Jundiaí, inclusive você pode colaborar com ela. Lembrando que o nome do secretario sairá até o fim desse mês, por isso, precisamos encaminhar a Carta o quanto antes. 

Se a Carta terá algum efeito positivo nós não sabemos, mas pelo menos ninguém poderá nos acusar de omissos.”

LIS: “Não seria melhor, essas poucas pessoas que andam falando m..da, criarem seus próprios projetos e deixarem trabalhar quem o faz honestamente?”

CÍNTIA: Pois é. Na verdade, eu acho que seria melhor a senhora não alimentar fofocas e causar polêmicas. Antes de se declarar publicamente e colocar pessoas contra um movimento que só quer agregar, o ideal era no mínimo ter consultado o Coletivo.

O seu post, que contou com 40 comentários, atingiu negativamente dezenas de pessoas que podem contribuir significativamente na luta pela cultura jundiaiense. Há anos essas mesmas pessoas vêm lutando de forma fragmentada, e o objetivo do Coletivo Cultura Jundiaí é apenas incentivar a união de todos.

LIS: “Em tempo, nossas portas estão abertas para quem quiser conhecer o espaço, nosso projeto e conversar com os bolsistas.

CÍNTIA: Farei uma visita em breve. Será um prazer falar do projeto em meu site


LIS: “Por último devo dizer que quem escreve é a LIS. Não confundam o fato de eu ser esposa com ter opinião. E que devo publicar este esclarecimento em locais que acho de interesse público.”

CÍNTIA: Por fim, deixo claro que quem escreve é a Cíntia Cristina de Carvalho. Um ser singular, que sonha em viver pacifica e democraticamente com o coletivo.

1 Comentário

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1 responses to “Opiniões e Constatações

  1. Lis Michele

    Oi Cintia!!!
    Em primeiro lugar quero agradecer IMENSAMENTE você ter me respondido, pois como eu disse, a história chegou até mim como fofoca e eu realmente cutuquei pra saber se era ou não verdade.
    Quero dizer que estivemos na reunião do dia 19 para conhecer vocês e que ficamos plenamente satisfeitos com o movimento. Qualquer manifestação do Coletivo nós assinaremos em baixo, pois o Jo já vem lutando há trinta anos pela cultura em Jundiaí.
    Não quis criticar o Coletivo, mas as pessoas que usam o nome do coletivo para fazer fofocas e não põem a cara para bater como você e eu. Mas a polêmica é necessária para que as pessoas se manifestem e se conheçam melhor.
    Quanto à situação do Ballet Teatro Oficina esclareço que em todas as reuniões que foram feitas com o Jo em nenhum momento foi mostrado o documento do Ministério Público que pede nossa saída. Mesmo assim o Jo esteve lá e foi informado pelo advogado de plantão que se a Prefeitura não paga as bolsas então nosso contrato não é irregular. Aliás em 2007 houve abertura de inscrições sim, só a partir de 2008 é que não houvem mais.
    Nosso caso não se assemelha ao do Casarão, pois temos empresa aberta e eu pago além de secretária, seis professores, INSS, FGTS e outros impostos. Esse valor sai das mensalidades dos alunos pagantes, que é uma mensalidade baixa, o que fez que durante vários anos eu trabalhasse de graça. O Jo recebia a aposentadoria dele e me dava uma mesada. Lutamos pra permanecer no Centro das Artes pois se eu sair de lá, mesmo que dê as bolsas por minha conta, terei que aumentar a mensalidade e isso fará com que alunos que tem condições de pagar apenas uma mensalidade pequena tenham que parar de dançar.
    Coloquei que o problema é pessoal pois desde que entrou na Cultura a Sra. Penha vem tentando apagar o nome do Jo da história de Jundiaí. Acabou com festivais criados por ele e criou outros como se fossem os primeiros, fez uma exposição sobre a história do Polytheama sem citar o nome dele, que foi o primeiro diretor depois da restauração, entre outras coisas.
    Agradeço novamente a sua manifestação e você ter me adicionado a seus amigos no Face, vou publicar sua resposta no meu status para que todos possam acompanhar e aguardamos sua visita para conhecer nosso trabalho, o Jo tem muitas coisas pra conversar pessoalmente e certamente ficará muito feliz em lhe receber.
    Um abraço

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